Publicador de Conteúdos e Mídias

COP: saiba como funciona a Conferência do Clima

Sustentabilidade

COP: saiba como funciona a Conferência do Clima

data: 18/02/2025 | tempo de leitura: 44 min
Unidade Ortigueira

A Conferência das Partes, mais conhecida pela sigla COP (Conference of the Parties), é o maior e mais importante evento internacional dedicado à discussão e à implementação de ações para o combate às mudanças climáticas. 

Desde a sua criação, em 1995, a COP tem sido um espaço essencial para a negociação entre países, organizações não-governamentais, cientistas e ativistas em torno de um dos maiores desafios da humanidade: a preservação do nosso planeta frente aos impactos das atividades humanas. 

A COP ocorre anualmente e reúne representantes de quase todos os países do mundo, com o objetivo de encontrar soluções coletivas para mitigar o aquecimento global, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar as sociedades aos novos padrões climáticos.
Cada edição da COP tem uma agenda específica, com temas prioritários definidos de acordo com as demandas urgentes do momento. 

No entanto, o eixo central de todos os encontros é o cumprimento do Acordo de Paris, assinado em 2015, que estabelece compromissos globais para limitar o aumento da temperatura média global a menos de 2°C, preferencialmente a 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais. 

Ao longo dos anos, a conferência tem mostrado a crescente conscientização global sobre os efeitos devastadores das mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos, aumento do nível do mar, secas prolongadas e perdas de biodiversidade. A pressão sobre os governos tem aumentado e as expectativas da sociedade civil por um compromisso mais forte e ações concretas nunca foram tão altas.

Neste texto, vamos explorar o que é e como funciona a COP, sua importância, as tendências da COP29 e as expectativas para a COP30.

Entender o processo e o impacto da Conferência do Clima é fundamental para acompanhar o avanço das políticas climáticas e as possíveis soluções que podem surgir para garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

O que é a COP?


A COP é o evento anual que reúne os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, ou UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change). 

Esta convenção, adotada em 1992 durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (a famosa Cúpula da Terra no Rio de Janeiro), estabelece as bases para a cooperação internacional no combate às mudanças climáticas. 

O objetivo principal da COP é avaliar e discutir ações globais para mitigar os efeitos do aquecimento global, com ênfase na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), principais responsáveis pelo agravamento da crise climática.

A COP é considerada o órgão supremo de decisão da UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change), sendo responsável por deliberar sobre políticas e medidas necessárias para enfrentar o problema das mudanças climáticas em escala global. Durante as reuniões anuais, representantes de praticamente todos os países do mundo se reúnem para discutir e negociar compromissos para limitar o aquecimento global, compartilhar tecnologias e financiar ações climáticas, além de revisar os progressos feitos em relação às metas definidas nas edições anteriores.

Essas conferências têm sido realizadas todos os anos desde 1995, com exceção de eventuais ajustes em sua programação devido a circunstâncias excepcionais, como a pandemia de COVID-19. 

Cada edição da COP se concentra em temas específicos, mas sempre com o intuito de avançar nas negociações para a redução das emissões de gases de efeito estufa e promover a adaptação dos países aos impactos já sentidos das mudanças climáticas. 

Desde a COP21, realizada em Paris em 2015, um dos marcos mais importantes dessa trajetória foi a assinatura do Acordo de Paris, que compromete os países a limitarem o aumento da temperatura média global a bem menos de 2°C, sendo 1,5°C a meta mais ambiciosa.

Além das discussões entre os representantes governamentais, a COP também se tornou um palco de debates mais amplos, com a participação de organizações não-governamentais, cientistas, ativistas climáticos, empresas e outros stakeholders, que buscam pressionar os governos a adotar medidas mais eficazes para enfrentar a crise climática. 

A cada ano, a expectativa em torno das decisões tomadas na COP cresce, visto que a urgência para reduzir os efeitos das mudanças climáticas se torna cada vez mais evidente, com o agravamento de desastres naturais, elevação do nível do mar, perda de biodiversidade e outros impactos globais.

Então, a COP é um dos eventos mais relevantes no cenário internacional para tratar da questão climática, e a sua importância só tende a aumentar à medida que os desafios ambientais globais se tornam mais prementes.

Quando e por que a COP foi criada?


O objetivo principal da convenção era estabelecer um marco global para a cooperação internacional no combate às mudanças climáticas, um problema que exige esforços coordenados entre todos os países, dada sua escala e complexidade. A COP foi criada para ser o fórum onde os países signatários se reuniriam anualmente para avaliar os progressos, discutir novas ações e tomar decisões importantes sobre políticas e medidas para enfrentar o aquecimento global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A primeira reunião da COP aconteceu em 1995, em Berlim, e, desde então, a conferência ocorre anualmente, com exceção de circunstâncias excepcionais. 

A criação da COP foi uma resposta à crescente preocupação global com os impactos das mudanças climáticas, como desastres naturais mais frequentes, aumento do nível do mar e os efeitos adversos para a saúde e a economia. A convenção reconhece que as mudanças climáticas são um fenômeno global, e, portanto, requerem uma ação conjunta entre os países, levando em consideração suas diferentes responsabilidades históricas e capacidades de ação.

E quem participa da Conferência do Clima? 


A COP reúne representantes de todos os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). 

Assim, anualmente, o evento conta com a presença de 198 partes, incluindo os 193 países membros da ONU e cinco territórios.

Entenda melhor como funcionam as participações:

  • Governos e representantes de países: a maioria das nações do mundo envia representantes, como ministros, embaixadores, negociadores e chefes de delegação. Esses participantes discutem e definem políticas e compromissos internacionais, como as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que envolvem metas de redução de emissões e ações climáticas dos países. A COP também é onde os países discutem e negociam acordos globais, como o Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global;
  • Organizações Não-Governamentais (ONGs): ONGs de diversos setores, incluindo meio ambiente, direitos humanos, justiça social e desenvolvimento, participam ativamente da COP. Elas frequentemente pressionam por compromissos mais ambiciosos, promovem o diálogo entre diferentes partes interessadas e garantem que as necessidades de populações vulneráveis sejam ouvidas nas negociações. Muitas dessas organizações também organizam eventos paralelos, workshops e campanhas durante a conferência;
  • Cientistas e especialistas em clima: pesquisadores, cientistas e especialistas em clima desempenham um papel fundamental na COP, fornecendo dados, análises e recomendações baseadas em evidências científicas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é uma das principais fontes de informações técnicas e científicas na conferência, orientando as discussões sobre os impactos das mudanças climáticas e as melhores práticas para mitigação e adaptação;
  • Empresas e setor privado: empresas de diferentes setores, como energia, transporte, agricultura e tecnologia, também participam da COP. Muitas vezes, essas empresas estão envolvidas em iniciativas para reduzir suas próprias emissões de carbono ou para desenvolver soluções tecnológicas que possam ajudar no combate às mudanças climáticas. Além disso, algumas empresas se tornam signatárias de compromissos voluntários de sustentabilidade e colaborações para um futuro mais verde.
  • Movimentos sociais e ativistas climáticos: ativistas e movimentos sociais, como o movimento Fridays for Future, têm se destacado na COP, pressionando por ações climáticas mais rápidas e eficazes. Muitos ativistas jovens, em particular, têm sido vozes fortes na defesa de políticas climáticas ambiciosas, e a presença deles nas ruas e nas negociações é uma forma de lembrar os governos da urgência da crise climática;
  • Organizações internacionais e regionais: além da ONU, várias organizações internacionais e regionais, como o Banco Mundial, a União Europeia, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras, também estão presentes na COP. Elas contribuem com suas perspectivas sobre como as mudanças climáticas afetam diferentes áreas, como saúde, empregos, segurança alimentar e desenvolvimento econômico.


Assim, a conferência se caracteriza como um evento inclusivo, que visa envolver todos os stakeholders importantes no processo de combate à crise climática.


Entenda a sua importância e o que é discutido na COP 


A Conferência das Partes (COP) é de extrema importância no cenário global, pois representa o principal fórum internacional para a discussão e negociação de ações contra as mudanças climáticas. 

Ela reúne quase todos os países do mundo, além de organizações não-governamentais, empresas, cientistas e ativistas, todos focados em encontrar soluções para mitigar os impactos do aquecimento global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 

A COP é, portanto, um espaço essencial para definir políticas globais, compartilhar responsabilidades e garantir que as metas climáticas sejam cumpridas de forma eficaz.

O que é discutido na COP abrange uma ampla gama de temas, todos voltados para o enfrentamento da crise climática. Entre os tópicos mais relevantes estão:

  • Metas de redução de emissões de gases de efeito estufa: os países discutem e revisam suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), ou seja, os compromissos individuais de cada país para reduzir suas emissões. Essas metas são alinhadas ao Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais;
  • Adaptação às mudanças climáticas: além da mitigação das emissões, a COP também aborda as estratégias necessárias para que os países se adaptem aos impactos já irreversíveis das mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos, seca e aumento do nível do mar;
  • Financiamento climático: outro ponto central nas discussões da COP é o financiamento das ações climáticas, especialmente para os países em desenvolvimento, que muitas vezes enfrentam dificuldades financeiras para implementar medidas de mitigação e adaptação. A transferência de recursos financeiros e tecnológicos para essas nações é um tema fundamental nas negociações;
  • Tecnologia e inovação: a COP também serve como palco para o debate sobre inovações tecnológicas que podem ajudar a combater as mudanças climáticas. Isso inclui soluções para energias renováveis, eficiência energética, agricultura sustentável e captura de carbono, entre outras;
  • Justiça climática e responsabilidades compartilhadas: a questão da justiça climática é sempre uma prioridade nas discussões, pois há um reconhecimento de que países desenvolvidos, que historicamente são os maiores emissores de gases de efeito estufa, têm a responsabilidade de liderar as ações climáticas, enquanto os países em desenvolvimento, que contribuem menos para o problema, precisam de apoio para implementar suas políticas de combate às mudanças climáticas.


Esses são apenas alguns dos principais temas discutidos na COP, mas a conferência é um espaço dinâmico, onde novas questões surgem a cada ano, à medida que os impactos das mudanças climáticas se intensificam. A sua importância reside no fato de que é um dos poucos lugares onde o mundo se une para tratar da crise climática de forma coletiva e global.

Discussões e iniciativas importantes que surgiram em edições anteriores


Ao longo dos anos, as edições da Conferência das Partes (COP) têm sido palco de importantes discussões e iniciativas que ajudaram a moldar as políticas climáticas globais. 

Cada conferência gerou avanços significativos na luta contra as mudanças climáticas, com destaque para os compromissos assumidos, os acordos globais e as iniciativas que surgiram. 

A seguir, estão algumas das discussões e iniciativas mais relevantes que emergiram de edições anteriores da COP:


COP3 - O Protocolo de Quioto (1997)

A COP3, realizada em Quioto, Japão, foi um marco histórico nas negociações climáticas. Foi nesta conferência que foi adotado o Protocolo de Quioto, um tratado internacional que estabeleceu metas obrigatórias para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) nos países desenvolvidos. 

O Protocolo foi um dos primeiros acordos jurídicos vinculativos em relação às mudanças climáticas e se tornou um ponto de referência nas negociações globais. A COP3 destacou a importância da divisão de responsabilidades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, uma questão que continua sendo central nas negociações climáticas.


COP15 - O Acordo de Copenhague (2009) 

A COP15, realizada em Copenhague,Dinamarca, foi uma das conferências mais controversas e, ao mesmo tempo, uma das mais significativas em termos de impacto nas negociações climáticas. Embora não tenha resultado em um acordo legal vinculativo, a COP15 resultou no Acordo de Copenhague, que estabeleceu o objetivo global de limitar o aumento da temperatura média global a 2°C acima dos níveis pré-industriais. 

O acordo também trouxe à tona a necessidade de financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento, com um compromisso de US$ 100 bilhões por ano até 2020, para ajudar os países vulneráveis a mitigarem e se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas.


COP17 - Durban e a Criação da Plataforma de Durban (2011)

A COP17, realizada em Durban, África do Sul, foi importante porque resultou na criação da Plataforma de Durban para a Ação Climática de Longo Prazo. Essa plataforma estabeleceu o processo que levaria à negociação de um novo acordo climático global, com a participação de todos os países, para substituir o Protocolo de Quioto. 

A COP17 também foi fundamental para dar início às discussões que culminariam no Acordo de Paris, e consolidou o compromisso dos países em desenvolvimento de se envolverem mais ativamente nas negociações climáticas.


COP21 - O Acordo de Paris (2015): 

A COP21, realizada em Paris, França, foi um marco decisivo nas negociações climáticas globais. A conferência resultou no Acordo de Paris, um tratado internacional que estabelece o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 2°C, com esforços para restringir o aumento a 1,5°C. 

Este foi um dos avanços mais significativos na história das negociações climáticas, pois trouxe todos os países ao redor do mundo para a mesa de negociação, com compromissos voluntários de redução de emissões — as Contribuições Nacionalmente Determinadas —, reconhecendo as diferentes capacidades e responsabilidades dos países. O Acordo de Paris também destacou a necessidade de adaptação aos impactos climáticos, além de incentivar a mobilização de financiamento climático.


COP23 - O Pacote de Bonn (2017): 

A COP23, realizada em Bonn, Alemanha, foi uma conferência importante para implementar as regras e diretrizes do Acordo de Paris. Durante esta COP, foi adotado o Pacote de Bonn, que consistiu em um conjunto de decisões técnicas sobre a implementação do Acordo de Paris, incluindo as metodologias para o monitoramento e a verificação das emissões de gases de efeito estufa, bem como a criação de um mecanismo de transparência para garantir o cumprimento dos compromissos climáticos pelos países. 

A COP23 também reforçou a importância da adaptação às mudanças climáticas, com maior ênfase no apoio aos países em desenvolvimento.


COP24 - A Regra de Katowice (2018)

A COP24, realizada em Katowice, Polônia, foi fundamental para a implementação prática do Acordo de Paris. Durante esta conferência, foram aprovadas as regras de Katowice, que detalham como os países devem medir, relatar e verificar suas emissões de gases de efeito estufa e as ações de adaptação. 

A COP24 foi uma etapa fundamental para garantir a operacionalização do Acordo de Paris e estabeleceu as bases para as futuras negociações sobre como atingir as metas globais de redução de emissões e financiamento climático.


COP26 - A Acelerada Ambição Climática (2021)

A COP26, realizada em Glasgow, Escócia, foi uma conferência que marcou uma nova fase de ambição no combate às mudanças climáticas. Os países revisaram suas NDCs, com alguns aumentando suas metas de redução de emissões. Um dos marcos dessa conferência foi o compromisso de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, com ações mais intensas para a transição para uma economia de baixo carbono. 

A COP26 também viu o fortalecimento do financiamento climático, com promessas de aumento no apoio aos países em desenvolvimento. Além disso, houve discussões sobre ações para a descarbonização de setores-chave, como a energia, o transporte e a agricultura, além do compromisso com a eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis.


COP27 - A Justiça Climática e o Fundo de Perdas e Danos (2022)

A COP27, realizada em Sharm El-Sheikh, Egito, destacou a crescente ênfase na justiça climática e no apoio aos países mais vulneráveis. Um dos maiores avanços foi a criação de um fundo de perdas e danos para ajudar os países em desenvolvimento que estão enfrentando os impactos mais severos das mudanças climáticas, como desastres naturais, secas e inundações. 

A COP27 também reforçou o compromisso de aumentar os financiamentos climáticos e a cooperação internacional para garantir que as ações climáticas sejam eficazes e inclusivas.

Ao longo das edições da COP, as discussões e iniciativas se tornaram progressivamente mais ambiciosas e inclusivas, refletindo a urgência da crise climática. Desde o Protocolo de Quioto até o Acordo de Paris e a criação do fundo de perdas e danos, a COP tem sido um espaço essencial para negociar soluções globais que envolvem todos os países, independentemente do seu nível de desenvolvimento. 

As edições anteriores da COP ajudaram a estabelecer um framework global de ação climática, e as futuras conferências continuarão sendo fundamentais para a implementação de soluções concretas e para garantir que o mundo atenda às metas climáticas estabelecidas.


COP29 - As Mudanças Climáticas (2024)

A COP29, realizada em 2024, a conferência focou em fortalecer os compromissos globais em relação ao Acordo de Paris, com ênfase na redução das emissões de gases de efeito estufa, no financiamento climático e nas estratégias de adaptação às mudanças climáticas, especialmente para países vulneráveis.

Entre as principais conquistas da COP29, destacam-se:

  • Compromissos de emissões: Diversos países reforçaram seus compromissos para alcançar as metas de emissão líquida zero até 2050, com algumas nações desenvolvidas se comprometendo a reduzir suas emissões mais rapidamente.
  • Financiamento climático: Foi estabelecido um novo fundo para perdas e danos, com o objetivo de apoiar países vulneráveis a arcar com os custos de desastres climáticos e outros danos causados pelas mudanças climáticas, uma demanda crescente de países em desenvolvimento.
  • Transição energética: Os países avançaram na adoção de políticas de energia renovável, com um aumento no financiamento de tecnologias limpas e o incentivo à redução da dependência de combustíveis fósseis.
  • Adaptação e resiliência: Vários países se comprometeram a fortalecer suas estratégias de adaptação às mudanças climáticas, investindo em infraestrutura resiliente e na proteção de ecossistemas essenciais.


Apesar dos avanços, a COP29 também foi marcada por críticas sobre a necessidade de ações mais rápidas e concretas, já que muitos especialistas alertam que os compromissos atuais ainda não são suficientes para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. 

No geral, a conferência conseguiu reforçar a cooperação internacional, mas a pressão sobre os países para que tomem ações mais eficazes continua alta.


Saiba mais sobre os papéis de empresas e governos na Conferência das Partes


Na Conferência das Partes, tanto empresas quanto governos desempenham papéis essenciais, mas com responsabilidades e focos diferentes, que se complementam no esforço global para enfrentar as mudanças climáticas.

Os governos são os protagonistas principais da COP, pois são os responsáveis por tomar decisões políticas, firmar compromissos e implementar ações concretas para combater as mudanças climáticas. Eles negociam e adotam acordos internacionais que estabelecem metas e regulamentos globais. 

Entre os principais papéis dos governos na COP, destacam-se:

  • Definição de compromissos climáticos: os países discutem e revisam suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), ou seja, as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa que cada país se compromete a alcançar. Essas metas são fundamentais para cumprir os objetivos do Acordo de Paris;
  • Elaboração de políticas e estratégias nacionais: além das negociações internacionais, os governos também discutem medidas de adaptação e mitigação para implementar em seus próprios territórios. Isso inclui a formulação de políticas públicas, incentivos fiscais, regulamentações ambientais e investindo em práticas sustentáveis;
  • Financiamento e apoio internacional: os governos dos países desenvolvidos, que historicamente têm maiores responsabilidades no agravamento da crise climática, são pressionados a financiar ações de mitigação e adaptação nos países em desenvolvimento. Eles também discutem mecanismos financeiros para garantir que os recursos cheguem aos países mais vulneráveis;
  • Compromisso com a justiça climática: durante a COP, os governos têm o papel de negociar compromissos que reconheçam as disparidades entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Isso inclui discutir como distribuir responsabilidades de forma justa, considerando que os países mais pobres têm menos capacidade de agir e são mais afetados pelas mudanças climáticas.

As empresas, por sua vez, têm um papel fundamental no impulso da inovação, no financiamento de soluções tecnológicas e na implementação de práticas sustentáveis. Embora não sejam responsáveis pelas decisões políticas, sua participação na COP é cada vez mais relevante. 

Os papéis das empresas incluem:

  • Implementação de soluções inovadoras: as empresas são responsáveis por desenvolver e implementar tecnologias e práticas sustentáveis que podem ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a eficiência energética. Exemplos incluem inovações em energias renováveis, carros elétricos, tecnologias de captura de carbono e práticas agrícolas mais sustentáveis;
  • Alinhamento com objetivos climáticos globais: muitas empresas se comprometem publicamente a alcançar metas ambiciosas de redução de emissões, como atingir a neutralidade de carbono (zero emissões líquidas) até 2050. A COP é um espaço onde elas podem anunciar esses compromissos e discutir formas de implementá-los em suas operações;
  • Parcerias e financiamento: as empresas também têm um papel importante no financiamento de ações climáticas, seja por meio de investimentos diretos em soluções verdes ou por meio de parcerias com governos e ONGs para promover a sustentabilidade em diferentes setores da economia;
  • Pressão para mudanças regulatórias: algumas empresas, especialmente aquelas em setores altamente impactados pelas mudanças climáticas, como energia e transporte, também participam da COP para pressionar os governos a adotar regulamentações que favoreçam a transição para uma economia de baixo carbono, como incentivos fiscais ou subsídios para tecnologias limpas;
  • Responsabilidade social e transparência: cada vez mais, as empresas estão sendo cobradas por suas práticas sociais e ambientais, o que inclui a participação em iniciativas de sustentabilidade globais. Durante a COP, elas demonstram como estão cumprindo com suas promessas e prestando contas sobre suas ações em relação às mudanças climáticas.


Embora os governos e as empresas tenham papéis distintos, a colaboração entre os dois setores é essencial para alcançar os objetivos climáticos globais. 

Governos podem criar incentivos e regulamentações que estimulem a inovação no setor privado, enquanto as empresas, por sua vez, têm a capacidade de acelerar a implementação de tecnologias e soluções práticas para reduzir as emissões e aumentar a resiliência climática.

Sendo assim, enquanto os governos são responsáveis por criar políticas, firmar compromissos e financiar ações climáticas, as empresas desempenham um papel muito importante no desenvolvimento e na aplicação de tecnologias, na definição de metas empresariais e na colaboração com os governos para alcançar uma economia mais sustentável. 

A interação entre esses dois setores é fundamental para garantir que as metas da COP sejam cumpridas e que a transição para um futuro de baixo carbono seja bem-sucedida.


Conferência das Partes no Brasil: quais são as expectativas para COP30?


A COP30, que será realizada no Brasil em 2025, promete ser um evento de grande importância, tanto para o país quanto para o cenário internacional, em virtude de seu contexto global e do papel relevante que o Brasil desempenha na questão climática. 

Desde a assinatura do Acordo de Paris, a comunidade internacional tem aguardado com grande expectativa a realização da COP30 no Brasil, um dos países mais impactados pelas mudanças climáticas, mas também um dos maiores emissores de gases de efeito estufa. 

As expectativas para a COP30 no Brasil são altas, e vários aspectos podem se destacar nesta edição:

  • Fortalecimento do compromisso com a conservação da Amazônia: a Amazônia será um dos temas centrais nas discussões, dada a sua importância para o clima global. O Brasil, que abriga a maior parte da floresta, é visto como peça-chave na luta contra as mudanças climáticas, já que a Amazônia tem um papel fundamental na absorção de carbono. Com a crescente preocupação sobre o desmatamento e a degradação ambiental da região, espera-se que o Brasil seja pressionado a adotar compromissos mais firmes para preservar a Amazônia e outras florestas tropicais. A COP30 deverá ser uma oportunidade para que o Brasil mostre seu empenho na preservação dos ecossistemas, ao mesmo tempo em que busca apoio internacional para financiar a conservação e os projetos de restauração ecológica;
  • Promoção da justiça climática e apoio a países em desenvolvimento: com uma grande desigualdade social e uma população que sofre diretamente os impactos das mudanças climáticas, o Brasil tem a oportunidade de colocar a justiça climática como uma das prioridades da COP30. Isso significa garantir que os países em desenvolvimento, que têm menores recursos para lidar com as consequências da crise climática, recebam o apoio financeiro e tecnológico necessário. A conferência pode ser um palco para discutir soluções para a transição justa, com foco no financiamento para adaptação e mitigação em países vulneráveis, e promover uma maior participação dos povos indígenas e das comunidades tradicionais no processo de tomada de decisão climática;
  • Ações concretas para a neutralidade de carbono: o Brasil tem uma oportunidade única de anunciar compromissos mais robustos para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 ou antes, como parte de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Espera-se que o país aproveite a COP30 para impulsionar sua agenda climática interna, com foco em energia limpa, transporte sustentável e agricultura de baixo carbono. Além disso, o Brasil deve promover o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e o investimento em energias renováveis, como solar, eólica e biocombustíveis;
  • Mobilização para o financiamento climático: a COP30 pode ser uma oportunidade para o Brasil e outros países em desenvolvimento cobrarem o cumprimento das promessas de financiamento climático feitas pelos países desenvolvidos. O Brasil deverá buscar garantir que os recursos financeiros sejam direcionados a iniciativas de mitigação e adaptação, especialmente para os países da América Latina e outros países em desenvolvimento que enfrentam vulnerabilidades climáticas. O fortalecimento dos mecanismos de financiamento verde e a criação de novos fundos para o clima também são expectativas para o evento;
  • Engajamento do setor privado e parcerias público-privadas: uma das grandes tendências da COP tem sido o crescente engajamento do setor privado nas soluções climáticas. Espera-se que a COP30 no Brasil traga uma forte presença de empresas, com a intenção de discutir como os setores privado e público podem colaborar para acelerar a transição energética e criar novas soluções sustentáveis. O país tem se destacado em algumas áreas, como bioenergia e tecnologia limpa, e pode apresentar ao mundo suas parcerias público-privadas para promover práticas de baixo carbono;
  • Ações locais e urbanas para a sustentabilidade: outro aspecto importante que deve ser abordado na COP30 é a promoção de ações climáticas locais, especialmente nas grandes cidades brasileiras. Com o aumento da urbanização e o impacto das mudanças climáticas nas áreas metropolitanas, as soluções para cidades sustentáveis devem ser debatidas com ênfase na mobilidade urbana, gestão de resíduos, energia eficiente e infraestrutura verde. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, que já enfrentam desafios climáticos, terão um papel importante no compartilhamento de boas práticas e soluções para a adaptação urbana;
  • Reforço na mobilização de movimentos sociais e jovens ativistas: a mobilização social em torno das mudanças climáticas tem ganhado força nos últimos anos, e a COP30 será uma oportunidade para que movimentos sociais, organizações não-governamentais e jovens ativistas climáticos tenham um papel de destaque, pressionando os governos a tomar ações mais eficazes e justas. O Brasil, com seu histórico de mobilizações sociais e de luta pelos direitos humanos, será um palco importante para amplificar as vozes de quem mais sofre com as consequências das mudanças climáticas;
  • Promoção de soluções baseadas na natureza: a Brasil tem uma rica biodiversidade e um grande potencial para adotar soluções baseadas na natureza, como a restauração de ecossistemas, reflorestamento e proteção de áreas naturais. Espera-se que a COP30 coloque um foco maior em práticas sustentáveis que envolvem o uso da natureza para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a resiliência das comunidades aos impactos climáticos. A conservação da biodiversidade será um tema central nas negociações, com ênfase nas florestas tropicais e nos ecossistemas marinhos.

A COP30 no Brasil será uma oportunidade histórica para o país liderar a agenda climática global, ao mesmo tempo em que lida com os desafios internos impostos pelas mudanças climáticas. As expectativas para o evento são altas, com um foco particular em ações concretas para preservação ambiental, justiça climática e financiamento climático, além da promoção de soluções inovadoras para garantir um futuro sustentável. 

A conferência será um momento fundamental para que o Brasil reafirme seu compromisso com a proteção do meio ambiente e com a construção de uma sociedade mais resiliente e sustentável.


A relação entre a Klabin e a COP


A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, participa ativamente desde a Eco-92, no Rio de Janeiro, das conferências do meio ambiente, nas quais tem sido referência por suas boas práticas de conservação de florestas nativas e nascentes e por seu modelo de manejo florestal. A Companhia tem demonstrado seu compromisso inabalável com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente ao longo de sua trajetória. 


Por meio de iniciativas robustas de pesquisa e desenvolvimento, a empresa se destaca na busca por soluções inovadoras que contribuem diretamente para o combate às mudanças climáticas. A Klabin compreende que enfrentar os desafios climáticos exige ações concretas e planejamento estratégico, motivo pelo qual sua Agenda 2030 reflete um compromisso alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, promovendo práticas responsáveis em toda a cadeia produtiva.


Esse trabalho contínuo reafirma o papel da Klabin como um modelo de liderança ambiental no setor privado, destacando-se pela aplicação de tecnologias sustentáveis e pela promoção de parcerias que geram impacto positivo tanto no âmbito social quanto ambiental. 


A COP30 representa uma oportunidade única para aprofundar discussões sobre iniciativas transformadoras, como as desenvolvidas pela Klabin, e reforçar a importância de uma transição justa e responsável para um futuro carbono neutro. 

Publicador de Conteúdos e Mídias